O que é ataque epiléptico?
Antes de falarmos sobre ataque epiléptico, é importante entendermos o que é Epilepsia.

Epilepsia
É uma síndrome caracterizada por duas ou mais crises epilépticas, com intervalo maior que 48 a 72 horas.
Ela é considerada um distúrbio elétrico no cérebro, que pode ou não ter causa pré-determinada e pode também ter predisposição genética, na maior parte dos casos.
Ataque epilético
É o termo popular mais conhecido para definir convulsão, tecnicamente conhecida como crise tônico-clônica generalizada (CTCG). O termo acesso, também é usado para a mesma finalidade, entre os termos populares.
Há diferentes tipos de crises epilépticas, melhor descritas em artigos anteriores. Algumas pessoas apresentam rigidez e abalos musculares em todo o corpo (crise generalizada).
Outras têm abalos restritos a uma parte do corpo, como face, braço ou perna (crise focal).
Existem ainda as crises em que há perda de consciência e a pessoa se desliga por alguns segundos.
Entendendo uma crise convulsiva
No início de uma crise convulsiva, a pessoa, antes de perder a consciência pode ter um espasmo de glote (garganta), fazendo com que ela possa dar um grito, logo em seguida ela perde a consciência e cai ao chão em fase tônica (o corpo enrijece) e logo em seguida vai para a fase clônica (contrai e contorce as extremidades do corpo). Esta fase dura de 01 a 02 minutos.
O excesso de secreção pode ser eliminado nesta fase de abalos e na fase de recuperação imediata.
O que fazer diante de uma crise convulsiva?
Eis aqui um passo a passo para o que deve ser feito:
- Mantenha a calma.
- Peça ajuda, se julgar necessário.
- Coloque as mãos abaixo da cabeça da pessoa, de forma que ela não se machuque.
- Não coloque nada na boca da pessoa, principalmente não coloque as suas mãos ou objetos.
- Não tente restringir os movimentos.
- Coloque a pessoa de lado para que a língua desloque para o lado, liberando as vias aéreas e para que não aspire as secreções e mesmo a saliva.
- Se os abalos durarem mais de 05 minutos, a pessoa deve ser encaminhada a um serviço de urgência imediatamente.
Após a crise convulsiva
Quando os movimentos se interrompem, o paciente respira ruidosamente, como se estivesse roncando, por conta de uma hipersecreção brônquica, que pode exteriorizar; seguido por período de sonolência e sono, com duração variável.
Pode ocorrer ainda feridas na língua e mucosa bucal, devido a movimentos da mandíbula, durante a crise.

Agitação psicomotora e confusão mental, podem estar presentes, evoluindo, às vezes, até mesmo para um comportamento agressivo; devendo-se evitar conter os movimentos do paciente; tendo que acompanhá-lo para que não se machuque, até a recuperação total da consciência, que pode durar de 10 a 30 minutos.
É possível um período pós-crise muito prolongado, acompanhado dos sintomas, acima relacionados, além de dor de cabeça e vômitos.
Após a pessoa retornar totalmente da crise, é importante que se observe a pessoa para ver, por exemplo, se ela vai atravessar a rua ou descer uma escada, ou seja, para garantir sua segurança.
Espero que com esse conteúdo você possa ter compreendido melhor o que é e o que fazer em caso de um ataque epiléptico.
Dra Thélia Rúbia
Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.
São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!
Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.
Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).