Depressão, Ansiedade e Suicídio na Infância e Adolescência: Entendendo a Crise e Buscando Soluções
Saudações a todos! Sou Dra. Thélia Rúbia Moreira Dias, médica neurologista, e hoje abordaremos um tema de extrema importância e atualidade: a crescente incidência de depressão, ansiedade e suicídio entre crianças e adolescentes. Este problema, que afeta jovens em todo o mundo, é considerado um dos grandes desafios do século XXI. Vamos mergulhar nas causas, entender as consequências e discutir formas de prevenção e tratamento para proteger nossos jovens.
Em nossa era digital, a tecnologia trouxe inúmeras facilidades, mas também criou novos desafios. A expectativa por resultados imediatos, a falta de paciência para processos lentos e a baixa resiliência são características marcantes da geração atual, afetando diretamente sua saúde mental. A constante necessidade de validação imediata, seja por meio de likes nas redes sociais ou respostas rápidas em chats, pode aumentar a ansiedade e a insatisfação pessoal entre os jovens.
A depressão, ansiedade e o risco de suicídio na infância e adolescência são exacerbados pela incapacidade de lidar com fracassos e frustrações. Esse cenário é frequentemente agravado pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos, que oferecem uma fuga da realidade, impedindo que os jovens desenvolvam habilidades essenciais de enfrentamento e resolução de problemas.
Estudos indicam que o tempo excessivo frente às telas pode contribuir para um isolamento social maior, reduzindo as interações cara a cara que são cruciais para o desenvolvimento emocional e social saudável. Portanto, é fundamental equilibrar o tempo de tela com atividades que promovam habilidades sociais e de resiliência.
A Influência do Ambiente Familiar e Educacional
O ambiente em que crianças e adolescentes crescem desempenha um papel crucial em sua saúde mental. Um ambiente familiar estável, que oferece suporte e compreensão, pode diminuir significativamente os riscos de depressão e ansiedade. É essencial que pais e responsáveis estejam atentos não apenas às necessidades físicas, mas também emocionais e psicológicas de seus filhos.
Nas escolas, a inclusão de programas de educação emocional e suporte psicológico pode ser um diferencial na prevenção de transtornos mentais. Educadores devem ser capacitados para identificar sinais de alerta de depressão e ansiedade, promovendo um ambiente seguro onde os alunos se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e preocupações.
A colaboração entre escolas e famílias é fundamental para criar redes de apoio eficazes que possam intervir de maneira positiva na vida dos jovens, oferecendo-lhes ferramentas para enfrentar os desafios emocionais de maneira saudável e construtiva.
Estratégias de Prevenção e Intervenção
A prevenção de depressão, ansiedade e suicídio na infância e adolescência deve começar com a conscientização sobre a importância da saúde mental. Campanhas de educação e informação dirigidas a pais, educadores e próprios jovens são essenciais para mudar a percepção cultural em torno desses transtornos.
Implementar estratégias de intervenção precoce pode salvar vidas. Isso inclui treinamento em primeiros socorros psicológicos para professores e pais, bem como acesso facilitado a serviços de saúde mental para diagnóstico e tratamento precoce.
Além disso, encorajar atividades que promovam bem-estar mental e físico, como esportes, artes e interação social, é vital. Essas atividades ajudam a desenvolver a autoestima que é essencial para enfrentar os desafios da vida.
Espero que este artigo ajude a iluminar algumas das questões cruciais relacionadas à depressão, ansiedade e suicídio entre nossos jovens e inspire ações concretas para enfrentar esses desafios. Lembrem-se, cuidar da saúde mental é tão importante quanto cuidar da saúde física. Vamos juntos trabalhar para mudar esta realidade e garantir um futuro mais saudável e feliz para nossas crianças e adolescentes. Até a próxima, fiquem com Deus e um abraço a todos!
Dra Thélia Rúbia
Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.
São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!
Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.
Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).