Dentre os diversos distúrbios de sono, a insônia é o principal representante, seguido pelo ronco e apneia do sono , síndrome das pernas inquietas e bruxismo.
As parassonias, como o sonambulismo , terror noturno e pesadelos são distúrbios mais comuns na infância, assim como a enurese noturna .
Além disso, podemos citar ainda, apesar de serem bem menos frequentes, o distúrbio comportamental do sono REM ; transtorno alimentar noturno e narcolepsia.
A insônia é caracterizada por uma dificuldade de iniciar o sono ou para mantê-lo até o final da madrugada.
Suas principais causas são os transtornos de humor, como depressão, ansiedade e o transtorno bipolar.
Além disso, pode ser causada pelas demências senis, como Alzheimer; doenças psicóticas, como a Esquizofrenia; e pelo uso de medicamentos, como por exemplo, certos antidepressivos, anfetaminas e diuréticos.
Outras substâncias que podem afetar o sono são aquelas psicoestimulantes, desde as mais leves, como a cafeína, até drogas ilícitas, como a cocaína.
Existem também substâncias sob uso restrito, como o “Rebite”, muito usado pelos caminhoneiros, feitos à base de anfetaminas.
É claro que hábitos ruins de sono também comprometem uma boa higiene do sono.
Isso porque, além de não conseguir dormir adequadamente, o paciente pode ter sonolência diurna e dificuldade de concentração e memória, o que diminui muito o rendimento escolar ou profissional.
Além disso, a ausência de sono pode predispor os indivíduos a doenças, como hipertensão arterial sistêmica e obesidade.
O ronco e a apneia são condições fisiopatológicas muito frequentes, principalmente em homens, mais velhos, com obesidade e anormalidades das vias aéreas.
O ronco se define como um barulho que a pessoa emite durante o sono quando o ar passa através das vias aéreas, durante a respiração.
Isto acontece por um estreitamento destas vias e, quando elas colabam ou fecham, acontece a apneia .
Assim, a apneia caracteriza-se por uma interrupção do ciclo respiratório quando o paciente “para de respirar” por alguns segundos a minutos, podendo acontecer várias vezes durante a noite.
O diagnóstico precoce desta patologia é muito importante para evitar um risco elevado de desenvolvimento de outras patologias, como por exemplo:
Esta síndrome é uma condição neurológica frequente e pouco conhecida, que pode diminuir muito a qualidade do sono em pacientes portadores da mesma.
É considerada um distúrbio extrapiramidal em que o paciente tem abalos mais frequentes nas pernas presentes no estado de sonolência ou no início das primeiras fases do sono.
Dessa forma, há o impedimento da adequada progressão para outras fases de um sono mais profundo.
Esta patologia causa uma fragmentação do sono, o que leva a um sono não restaurador.
Assim, o paciente queixa-se de sonolência diurna, acorda cansado e tem dificuldade de concentração, aprendizado e memória.
O bruxismo ocorre com um ranger ou apertar dos dentes durante o sono, piorando em períodos em que o paciente sofre com estresse emocional ou psíquico.
Assim, pode levar a um desgaste, amolecimento ou até a quebra dos dentes.
Dependendo da intensidade, o barulho pode ser ouvido até por pessoas dormindo em outros cômodos da casa.
É comum também o paciente portador desta patologia desenvolver dor de cabeça, dor nos dentes, dor ao mastigar e dor na ATM (articulação têmporo-mandibular).
Existem diversos tipos de parassonias.
Por exemplo, no sonambulismo , o paciente se levanta em estado de semiconsciência, realiza alguns movimentos ou fala frases não compreensíveis e volta a dormir.
No terror noturno, o paciente acorda aos gritos, sem conseguir se acalmar, com dilatação das pupilas e aumento da frequência cardíaca, durando poucos minutos.
Já os pesadelos são distúrbios muito comuns na infância e tendem a desaparecer na fase adulta.
E nurese noturna é definida pela incontinência urinária, que ocorre somente durante o sono.
Distúrbio comportamental do sono REM ; transtorno alimentar noturno e narcolepsia são distúrbios do sono mais raros.
O primeiro cursa com movimento, muitas vezes violentos, durante a fase REM do sono, quando estes movimentos deveriam estar inibidos.
O transtorno alimentar noturno leva o paciente a levantar a noite e se alimentar, às vezes, compulsivamente.
Além disso, normalmente, este paciente tem anorexia diurna e pode não se lembrar de ter comido tanto a noite.
Já na narcolepsia o paciente tem episódios de sono incontrolável e súbito durante o dia, perturbando muito sua vida profissional e estudantil.
Geralmente, uma história dos sinais e sintomas, colhida cuidadosamente, são suficientes para o diagnóstico dos distúrbios de sono.
Todavia, muitas vezes é necessário realizar uma polissonografia, um exame no qual o paciente dorme conectado a vários eletrodos que registram seus movimentos realizados, a frequência cardíaca e respiratória, pressão arterial, roncos, saturação de oxigênio e a atividade elétrica cerebral e cardíaca.
Este exame ajuda muito no diagnóstico do distúrbio de sono, mas é muito mais utilizado para avaliar a gravidade do ronco ou dos períodos de apneia obstrutiva.
Além disso, podemos solicitar exames de sangue para avaliar causas de insônia, como hipertireoidismo.
Estes exames são úteis também para verificar possíveis causas da hipersonolência, como hipotireoidismo, encefalopatias urêmicas ou hepáticas, hiponatremia, entre outras.
Ademais, avaliamos as possíveis consequências do distúrbio de sono, como metabolismo da glicose e dislipidemias.
No caso do bruxismo, existem exames específicos, como RX panorâmico de face para avaliar problemas de oclusão dentária e outras lesões dentárias.
A ressonância nuclear magnética também pode ser útil para avaliar a ATM (articulação têmporo-mandibular).
O tratamento depende das causas do distúrbio de sono.
No caso da insônia , quando causada por distúrbios psiquiátricos, será preciso atuar nestes distúrbios.
Além disso, devemos avaliar e retirar medicações que podem estar prejudicando o sono do paciente.
Devemos também chamar a atenção do paciente para uma boa higiene do sono, que falaremos a seguir.
Não devemos utilizar os indutores do sono, ou ditos benzodiazepínicos ou “calmantes”, sem um devido tratamento das doenças causadoras da insônia.
Para o ronco e apneia do sono adotamos como principal recurso o uso de dispositivos durante o sono, como o CPAP e BIPAP. Assim, estes dispositivos aumentam a pressão positiva, garantindo que as vias aéreas permaneçam pérvias.
Dessa maneira, eles impedem a apneia obstrutiva do sono, garantindo um sono restaurador e de boa qualidade.
Não temos tratamento específico para as parassonias, que tendem a desaparecer na fase adulta. Então, é muito raro necessitarmos de uso de benzodiazepínico.
No caso da enurese noturna, podemos usar antidepressivos, que auxiliam no controle esfincteriano noturno.
Já para a Síndrome das pernas inquietas, podemos usar agonistas dopaminérgicos, como o pramipexol, que melhora acentuadamente os movimentos bruscos das pernas, melhorando muito a qualidade do sono.
Nos pacientes portadores de narcolepsia, podemos usar a modafinila, que diminui os episódios de sonolência diurna.
Além disso, no caso do Distúrbio comportamental do sono REM, temos que adaptar o leito onde o paciente dorme para que ele não se machuque com os movimentos bruscos.
Nestes casos, podemos usar também benzodiazepínicos ou melatonina para minimizar os sintomas.
Para termos um sono restaurador e de boa qualidade, principalmente no caso de quem tem insônia, devemos nos ater a algumas orientações:
Então, caso você esteja sofrendo com a insônia ou outros distúrbios do sono, não deixe de procurar uma neurologista para fazer o devido diagnóstico e te ajudar com o tratamento mais adequado para seu caso.
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Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.
Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.
Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).
Anderson P., via Google
Devido o stress e toda jornada digital (além de dores musculares), busquei o atendimento da Dra. Thélia para conhecer mais o protocolo REAC, que logo após os primeiros dias senti a mente mais organizada e o corpo descansado. Além do protocolo, a consulta é também uma terapia, por tamanho conhecimento apresentado pela Dra. Thélia. Indico para todos.
Érica S. V., via Doctoralia
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