Dor Crônica – quais as causas e os tratamentos existentes?

Dra. Thélia Rúbia • fev. 08, 2021

Dor crônica é aquela que persiste ou recorre frequentemente por mais de 03 meses ou permanece por mais de 30 dias após a solução da lesão desencadeante.

Além disso, pode ser aquela dor que acompanha uma doença crônica grave. 

Quais são as causas da dor crônica? 

A dor crônica pode ter muitas causas, por exemplo:

  • Doenças crônicas, como câncer; artrite reumatóide ou artrose; polineuropatia diabética e a neuropatia, consequente à hanseníase;  
  • Lesões ligamentares ou articulares , seja crônica ou aguda, como rompimento de tendões, hérnia de disco, LER (lesões por esforços repetitivos) e problemas na articulação têmporo-mandibular(ATM);
  • Dores neuropáticas, como a neuralgia do trigêmio e a distrofia simpático-reflexa;
  • Fibromialgia, que se trata de uma doença, com dor crônica sistêmica, sem uma base fisiopatológica determinada;
  • Cefaleias primárias crônicas, que são síndromes álgicas, que não tem uma causa determinante, tendo como representante conhecida a enxaqueca. 

Além disso, as dores crônicas estão intimamente relacionadas aos distúrbios psiquiátricos e são amplificadas por eles, como por exemplo, a depressão e o transtorno de ansiedade generalizada. 

Caso estas condições não sejam devidamente e totalmente tratadas, o paciente não responderá adequadamente ao tratamento apresentado, sendo prioridade absoluta a compensação total destes sintomas. 

É importante também o acompanhamento psicológico destes pacientes que, frequentemente, de forma inconsciente, perpetuam hábitos, escolhas e decisões que não permitem uma melhora adequada dos sintomas.

Qual médico indicado para tratar essas dores?

Não há um profissional específico para tratar dores crônicas.

Isso porque, será necessário fazer um acompanhamento multidisciplinar com neurologistas , psiquiatras, ortopedistas, reumatologistas, psicólogos, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, acupunturistas, entre outros.

No geral, isso dependerá da causa da dor, da gravidade e da refratariedade da mesma. 

Quais os tratamentos para a dor crônica?

No caso do câncer com metástase óssea, usamos opióides associados a outros analgésicos. Todavia, é necessário ter cuidado, pois pode levar à constipação intestinal grave e delirium, necessitando tratar estes efeitos adversos.

Na Artrite  reumatoide , devemos usar corticoides e imunossupressores.

Em qualquer forma de neuropatia dolorosa usamos antidepressivos e anticonvulsivantes. Além disso, em casos mais graves e refratários poderemos usar analgésicos fortes, sedativos ou opióides.

Nas condições de lesão articular de tendões ou hérnias de disco , podemos utilizar anti-inflamatórios e procedimentos cirúrgicos.

Nas  cefaleia crônicas, temos antidepressivos, antiepilépticos, antipsicóticos, medicações anti-hipertensivas Beta-bloqueadoras e antivertiginosos. Falo, com mais detalhes, sobre este assunto, em um artigo específico, sobre cefaleias.

Na Fibromialgia, usamos também várias classes medicamentosas, como antidepressivos, em especial a duloxetina; anticonvulsivantes; relaxantes musculares; anti-inflamatórios; analgésicos e opióides para os casos refratários. 

As dores crônicas têm cura?

Dificilmente, as dores crônicas têm cura, pois geralmente estão associadas a doenças crônicas, que não têm cura.

Além disso, elas costumam ser agravadas por doenças crônicas, como a depressão e ansiedade.

No entanto, será possível adotar tratamentos de modo a fornecer maior bem estar e qualidade de vida aos pacientes. 

Falei mais sobre o assunto neste vídeo

Dra Thélia Rúbia

Especialista em Neurologia e Clínica Médica, mas, acima de tudo, uma médica, antes de ser especialista.

São mais de 20 anos atendendo a especialidade de Neurologia, vendo o paciente em sua integralidade e não segmentado em partes específicas!


Atende com um olhar mais atento a todos os distúrbios, clínicos ou não, e situações, que possam interferir em todas as dores ou queixas neurológicas, que o paciente possa apresentar.


Fez Residência Médica em Neurologia e Clínica Médica, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e é Formada em Medicina, pela UFJF-MG. Também é Especialista em Eletroencefalograma pelo Hospital São Paulo (UNIFESP).

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